

IRÃO - diário de viagem
NOVEMBRO 2018
TEERÃO:
Depois de uma curta viagem de Frankfurt até Teerão, aterramos num aeroporto coberto por véus e burkas pretas. Ao passar na imigração, já com os passaportes na mão, prontos para serem inspecionados, fui logo barrada e andei de cabine em cabine, sem que ninguém me dissesse o que se passava nem ninguém falava uma palavra de inglês. O Diogo já do outro lado, tentava perceber e perguntava o que se passava, mas "no english". De repente, vemos o polícia a dar o meu passaporte ao homem das limpezas e este vai por um corredor que parecia não ter fim, cada vez a distanciar-se mais de mim e da imigração, de onde eu conseguia ver o Diogo. Disse ao Diogo para ficar ali e segui o meu passaporte. Sem aviso, vejo o senhor a deitar o que tinha na mão ao lixo e fiquei sem reação! Vi uma mulher vestida de azul a vir na minha direção e disse-lhe que o homem do lixo levou o meu passaporte. Bem... ela pensou que ele o tinha roubado e foi atrás dele. O corredor era interdito a passageiros e eu fiquei no limite do permitido, a observar tudo de longe. Os dois trocaram meia dúzia de palavras e ela veio na direção. Disse-me que ele tinha o meu passaporte e que o ia levar à polícia para ser inspecionado. "No problem, 'mam!" Volto para a imigração e sosseguei o Diogo. Sentei-me e esperei. E esperei. E esperei. Esperei 1h até ver o meu passaporte voltar e a saga das cabines recomeçar. Vi o polícia a escrever o meu nome no teclado, carregando tecla por tecla, confirmando cada uma das letras à medida que as ia escrevendo, procurando no teclado cada uma quase de lupa. Durou uma eternidade... lá carimbou o passaporte e estava livre, do outro lado. Quase festejamos com um abraço apaixonado, mas lembramo-nos que demonstrações de carinho são altamente reprováveis. Abstivemo-nos. Ficamos com a ideia que o problema foi o meu passaporte ser dos novos modelos e não estar a ser reconhecido pelas máquinas deles... especulação pura, pois "no parsi"! Do outro lado, estava o simpático Mohamed, à nossa espera com o carro Peugeot 405 "novo", que nos levou a tomar um café e uma fatia de bolo (que acabou por ser o nosso jantar, visto já passar da meia-noite por estes lados) e assinamos o contrato, que dizia termos km ilimitados por 53€/dia e eles ofereciam a gasolina (que aqui custa 6 cêntimos/litro). Antes de sairmos do aeroporto ainda nos faltava trocar dinheiro. Vimos na aplicação do xe.com que 1€ equivalia 47.800rial e na realidade trocamos 1€ por 163.000rial. De repente ficamos 3x mais ricos, sem qualquer explicação! Cheios de sono, fizemos a estrada de 30minutos até ao hotel, onde caímos na confortável cama do Parsian Engehlab Hotel, às 2h30 da manhã.
Depois de uma curta viagem de Frankfurt até Teerão, aterramos num aeroporto coberto por véus e burkas pretas. Ao passar na imigração, já com os passaportes na mão, prontos para serem inspecionados, fui logo barrada e andei de cabine em cabine, sem que ninguém me dissesse o que se passava nem ninguém falava uma palavra de inglês. O Diogo já do outro lado, tentava perceber e perguntava o que se passava, mas "no english". De repente, vemos o polícia a dar o meu passaporte ao homem das limpezas e este vai por um corredor que parecia não ter fim, cada vez a distanciar-se mais de mim e da imigração, de onde eu conseguia ver o Diogo. Disse ao Diogo para ficar ali e segui o meu passaporte. Sem aviso, vejo o senhor a deitar o que tinha na mão ao lixo e fiquei sem reação! Vi uma mulher vestida de azul a vir na minha direção e disse-lhe que o homem do lixo levou o meu passaporte. Bem... ela pensou que ele o tinha roubado e foi atrás dele. O corredor era interdito a passageiros e eu fiquei no limite do permitido, a observar tudo de longe. Os dois trocaram meia dúzia de palavras e ela veio na direção. Disse-me que ele tinha o meu passaporte e que o ia levar à polícia para ser inspecionado. "No problem, 'mam!" Volto para a imigração e sosseguei o Diogo. Sentei-me e esperei. E esperei. E esperei. Esperei 1h até ver o meu passaporte voltar e a saga das cabines recomeçar. Vi o polícia a escrever o meu nome no teclado, carregando tecla por tecla, confirmando cada uma das letras à medida que as ia escrevendo, procurando no teclado cada uma quase de lupa. Durou uma eternidade... lá carimbou o passaporte e estava livre, do outro lado. Quase festejamos com um abraço apaixonado, mas lembramo-nos que demonstrações de carinho são altamente reprováveis. Abstivemo-nos. Ficamos com a ideia que o problema foi o meu passaporte ser dos novos modelos e não estar a ser reconhecido pelas máquinas deles... especulação pura, pois "no parsi"! Do outro lado, estava o simpático Mohamed, à nossa espera com o carro Peugeot 405 "novo", que nos levou a tomar um café e uma fatia de bolo (que acabou por ser o nosso jantar, visto já passar da meia-noite por estes lados) e assinamos o contrato, que dizia termos km ilimitados por 53€/dia e eles ofereciam a gasolina (que aqui custa 6 cêntimos/litro). Antes de sairmos do aeroporto ainda nos faltava trocar dinheiro. Vimos na aplicação do xe.com que 1€ equivalia 47.800rial e na realidade trocamos 1€ por 163.000rial. De repente ficamos 3x mais ricos, sem qualquer explicação! Cheios de sono, fizemos a estrada de 30minutos até ao hotel, onde caímos na confortável cama do Parsian Engehlab Hotel, às 2h30 da manhã.
Pelo meio fomos almoçar ao Javid como sugestão de duas simpáticas iranianas que falavam inglês - um autêntico oásis no meio deste deserto. Comi um kebab de frango com molho de manteiga e limão e o Diogo uma perna de borrego que estava tão macia e tenra que se desfazia com uma colher. Um farto e delicioso almoço que nos custou 3.35€/pessoa... nada mau! À noite optámos por escolher na net um sítio melhor e acabámos por pagar mais e comer pior num restaurante preparado para receber turistas. Mesmo assim pagámos 9.5€/pessoa com direito a piano bar e a wifi que aqui é coisa muito, muito rara. A sensação do primeiro dia é que recuámos até 1980 e a internet ainda está a dar os primeiros passos onde só falta o modem a discar os números.